Muito comentando nos portais de notícias, o novo sistema financeiro, chamado Open Banking, chegou ao Brasil com o intuito de promover maior autonomia e transparência para os usuários.
Neste artigo, vou apresentar um pouco sobre as funcionalidades e como isto impacta no mercado financeiro.
Você vai aprender:
- O que é Open Banking
- As 4 fases do Open Banking
- A segurança do Open Banking
- O que muda com este novo sistema financeiro
- A diferença do Open Banking e Pix
- A relação do Open Banking e Open Finance
O que é Open Banking?
O Open Banking, conhecido também como banco aberto, é um sistema de compartilhamento de dados financeiros, onde você como cliente possui maior controle dos seus dados e pode compartilhá-los com a instituição financeira que desejar.
Esta ação só é possível pois os bancos e instituições financeiras possuem em seu sistema funções de integração (API), assim o acesso e leitura dos dados dos clientes podem ser realizados assim que ocorrer a solicitação.
E o principal objetivo do Open Banking seria na facilitação do compartilhamento de informações entre as instituições financeiras, além da diminuição das barreiras e fazendo com que os empréstimos fiquem mais democráticos. Assim, você possui o controle total na escolha da instituição que oferece as melhores condições e serviços.
Na prática, significa que você poderá escolher quais instituições podem ver os seus dados, o que hoje não é possível, já que os seus dados pertencem à instituição financeira somente.
Vamos dizer que você possui anos de relacionamento com o Banco do Brasil e, acabou de abrir uma conta no Itaú e gostaria de fazer um financiamento junto ao Itaú, como você é novo no Itaú, ele pode não oferecer o melhor o negócio para você, agora se ele tiver acesso ao seu histórico com o BB, a coisa pode mudar de figura.
O ponto principal aqui é o seu consentimento, que tem o poder de decidir com quem quer compartilhar as suas informações e, inclusive, pode cancelar essa permissão a qualquer momento.
Conheça as 4 fases do Open Banking
O Open Banking possui 4 fases de implementação no Brasil. Divididas por atribuições, todas essas etapas foram programadas para iniciar no início de 2021. Entenda melhor:
Fase 1 do Open Banking
Inicia-se o compartilhamento dos dados, serviços e produtos oferecidos entre as instituições financeiras.
Fase 2 do Open Banking
Nesta segunda fase os dados cadastrais dos clientes já podem ser compartilhados. Então, você pode encaminhar para determinada instituição os seus dados pessoais, informações sobre cartão de crédito, produtos de créditos contratados, transações realizadas e entre outros.
Fase 3 do Open Banking
Na terceira fase já é possível compartilhar os serviços de transações de pagamentos e encaminhar proposta de operação de crédito.
Fase 4 do Open Banking
Nesta última fase, é possível compartilhar informações de produtos e serviços relacionados aos investimentos, seguros, previdência e entre outros.
Open Banking é seguro?
Por ser um conceito novo, é comum que as pessoas tenham receio sobre a sua segurança, ainda mais que estamos falando de algo que envolve o dinheiro e dados pessoais.
Mas calma! Pode ficar tranquila pois o Open Banking é seguro. De acordo com o Banco Central, as instituições aprovadas para utilizar a API de integração são obrigadas a cumprir diversos requisitos para garantir a segurança de todas as informações compartilhadas.
O que precisa ficar bem claro é que mesmo você solicitando o compartilhamento dos seus dados para determinada instituição financeira, esta ação não significa que essas informações ficarão públicas. Muito pelo contrário, o sistema de integração possui diretrizes que fazem com que os dados transferidos sejam utilizados de forma sigilosa.
E cada banco ou instituição financeira continuam exercendo suas atividades no mercado de forma autônoma, isto é, construindo seus próprios produtos e desenvolvendo os seus próprios meios de segurança.
O que muda com o Open Banking?
O que você deve ter percebido, a principal mudança com a checada do Open Banking seria na facilidade e segurança no compartilhamento dos seus dados entre as instituições financeiras. Com este novo serviço ficará muito mais fácil abrir contas e utilizar serviços financeiros e diferentes bancos.
Já para as empresas financeiras, será preciso uma atenção maior com os clientes e possíveis clientes. Como o Open Banking fornece agilidade em troca de instituição, existirá a incerteza da fidelização do cliente em um só banco, o que aumenta a competitividade entre os bancos e com isso, as taxas podem ficar mais atrativas para o consumidor.
Portanto, a empresa financeira que fornecer a melhor experiência e melhores taxas de serviços, acabará por conquistar uma gama de clientes.
Tanto os bancos tradicionais, quanto as fintechs vão precisar se adequar a esta nova realidade. Isto porque os tradicionais costumam ter uma grande cartela de produtos, enquanto as fintechs possuem melhor experiência da sua. Então, ambos vão ter que se equilibrar nesses dois quesitos para conseguir fidelizações de clientes: experiência + produtos financeiros.
Com esta mudança será comum o aparecimento de novos modelos de negócios, e o aumento da concorrência neste mercado. E para os clientes, este ponto é muito positivo visto que terão novas opções disponíveis, com serviços mais acessíveis e interessantes.
Open Banking e PIX: entenda a diferença
Com tantas novidades no mundo financeiro, é interessante esclarecer alguns pontos, principalmente sobre a diferença do Open Banking e o PIX.
Ambos surgiram com o intuito de facilitar alguns serviços dos bancos e clientes. O PIX, por exemplo, é uma ótima ferramenta para quem deseja transferir dinheiro para qualquer banco sem precisar pagar taxas para isso.
Enquanto o Open Banking, o seu principal objetivo será o compartilhamento de dados e o encaminhamento para a instituição financeira escolhida pelo cliente.
Podemos dizer então que essas duas ferramentas possuem funções diferentes, mas podem complementar em suas ações. Isto é, o PIX pode ser uma opção de forma de pagamento utilizada no ecossistema do Open Banking.
Open Banking vs Open Finance: entenda a sua relação
Provavelmente você já deve ter lido algo referente ao Open Banking e a Open Finance e deve estar se perguntando sobre a sua relação.
Em maio de 2021 o Banco Central anunciou que o atual modelo de negócios financeiros, o Open Banking, seria substituído pelo Open Finance. Isto aconteceria, pois, a intenção seria na expansão do modelo original.
O Open Finance englobaria novos tipos de instituições financeiras, não apenas os bancos e fintechs. Esta ação acrescentaria também as corretoras, companhias de câmbio, fundos de previdência e entre outras no segmento financeiro.
Se for do seu interesse, você pode autorizar que essas instituições também possuam acesso aos seus dados no mesmo ambiente dos bancos. Para melhor entendimento, vamos supor que você esteja pesquisando sobre seguro domiciliar, então você pode autorizar que as companhias tenham acesso aos seus dados e histórico financeiro, e quem sabe consiga condições melhores para fechar o serviço.
Vale a pena mudar de Open Banking para Open Finance?
Mas afinal, vale a pena migrar do Open Banking para o Open Finance? Então, como você aprendeu lá em cima, o Open Finance é o upgrade do Open Banking no universo financeiro.
O Open Finance também permite que o sistema bancário funcione de forma mais aberta, onde o cliente consegue passar os seus dados para a instituição desejada. Além disso, o cliente também vai poder enviar o seu histórico financeiro para uma corretora, fundo de previdência ou outra instituição financeira para conseguir melhores condições nos serviços ou produtos.
Então, sim! Vale a pena a migração, visto que o Open Finance é a evolução do Open Banking. E esta situação vai proporcionar um aumento de oportunidades para quem busca investir dinheiro em aplicações, ou serviços financeiros com taxas e juros mais interessantes.