Finanças Femininas

Maternidade e finanças: dicas essenciais para mães e futuras mães

Maternidade e finanças: dicas essenciais para mães e futuras mães

Joice Sperandio

Joice Sperandio

Maternidade e finanças: dois temas muito interessantes, maravilhosos e desafiadores. Podem, muitas vezes, parecerem contraditórios, serem alvos de tabu e cheios de resquícios históricos – que insistem em apavorar a vida de muitas mulheres. Mas, são absolutamente importantes nos quesitos atenção, reflexão e cuidado.

Assim como já falamos sobre finanças para mulheres, e relembramos sobre diferentes conquistas e batalhas, neste artigo vamos nos aproximar de uma outra face feminina: o papel de mãe e a relação com dinheiro.

A maternidade é um tipo de função eterna, que mexe com inúmeras questões emocionais, comportamentais e sociais. Ainda mais em um país como o Brasil, onde mais de 11 milhões de mulheres são mães solo e chefes de família, ou seja, únicas responsáveis pela gestão do lar e criação dos filhos. 

Além disso, é importante acrescentar a esse cálculo os inúmeros efeitos causados recentemente pela pandemia e o distanciamento social. Segundo relatório da PNAD, 8,5 milhões de mulheres ficaram fora do mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2020 (em comparação com o mesmo período de 2019). Basicamente: 65% dos demitidos durante o ano de 2020 são mulheres. 

Em um contexto desafiador, de lidar com maternidade e finanças, preparamos esse conteúdo com muito carinho para aquelas mulheres admiráveis, que ocupam um papel fundamental em nossa sociedade, que enfrentam batalhas internas e externas todos os dias e que são peça-chave para o desenvolvimento das novas gerações.

✱ O que vamos abordar nesse post ✱

11 dicas essenciais sobre maternidade e finanças

Costuma-se dizer que “conselho de mãe, todo mundo deve ouvir”, certo? E com razão: mães sabem das coisas! Mas, também não precisam saber de tudo (e está tudo bem). 

Desta vez, o conselho vai justamente para as mamães, mas tudo em prol de uma boa qualidade de vida financeira. 

Vamos lá? 😉

1. A saúde financeira merece sua atenção 

Pode parecer só mais um detalhe, uma preocupação extra ou mesmo um tipo de luxo. Mas, a saúde financeira precisa ser priorizada no lar de qualquer família com filhos. E isso não se trata de uma questão de consumismo: trata-se de uma questão de segurança, de relacionamento, autoestima e harmonia. 

Manter uma boa organização das finanças, sempre pensando em objetivos de longo prazo, e também flexibilidade, traz inúmeros benefícios. Comece a se questionar sobre a real saúde do seu bolso e o quanto ela impacta positiva e negativamente no seu cotidiano?

2. Prioridades são fundamentais

E, quando falamos de saúde financeira, é essencial estabelecer o que é prioridade para sua família e filhos. Faz mais sentido investir em uma decoração exclusiva para o quarto da criança ou priorizar um curso de extensão, uma viagem ou mesmo uma alimentação mais saudável? Lembre-se: não existe resposta correta para essa questão.

O que existe é determinar bem suas prioridades de gastos e custos fixos. Entender e balancear o quanto é investido em cada parte da rotina é o segredo para uma boa saúde financeira. 

3. Redes de apoio são importantes e necessárias

Esse é um ponto muito dolorido para muitas mães: contar com redes de apoio. Seja pela ausência de pessoas próximas e disponíveis, seja pela culpa de terceirizar algumas atividades junto a seus filhos.

Antes de tudo: não queira abraçar o mundo. Melhor do que ser uma Super Mãe é ser uma mãe possível. Então, não deixe de aproveitar as redes de ajuda como escolas, creches, parentes, amigos, vizinhos, consultores, enfim. Muitas vezes, vale mais a pena você contratar uma consultoria financeira pessoal, por exemplo, do que tentar estudar tudo por conta própria sem dispor de um tempo para isso.

4. Diga “não” com argumentos

Quem tem crianças e adolescentes em casa sabe o quanto a palavra “não” precisa ser utilizada vez ou outra. Em muitos casos, é usada para negar a compra de itens solicitados pelos filhos. Isso porque o acesso cada vez maior a produtos e serviços tentadores para o público infantil, se torna uma dor de cabeça constante em muitos lares.

Sempre que for utilizar de alguma negativa, procure acompanhá-la com algum argumento. Por exemplo: ao invés de simplesmente dizer que não vai comprar aquele jogo de videogame, explique o motivo por trás do “não”, como o aumento de alguma conta em casa, a perda de parte da renda, algum gasto emergencial, etc. Convide seu filho a montar um plano para que consigam juntos comprar o tão sonhado presente.

5. Substituições são saudáveis (e mais simples do que parecem)

Em muitos casos, pode parecer muito complicado tentar substituir alguma vontade das crianças, mas exercitar a prática da substituição pode surpreender você. Nem sempre é possível suprir aquela vontade que parece ser a mais importante do mundo: um brinquedo, uma viagem, uma refeição especial. E isso é perfeitamente normal.

Mas, é muito possível tentar substituir esse pedido presenteando seu filho com algo inesperado, mais simples, mas que contemple outras atividades. Por exemplo: ao invés de comprar aquele brinquedo novo e caro, convide a criança para montarem juntos um brinquedo utilizando itens disponíveis em casa ou caçando materiais pela vizinhança. Acredite: você vai se surpreender com a receptividade. 

Mas claro, ao mesmo tempo que substituições trazem economias financeiras, exigem criatividade e tempo de dedicação. Tudo é sempre uma questão de equilíbrio e escolha. 

6. Crie o hábito de registrar tudo

Pode parecer bobagem e até preciosismo, mas você anota tudo que entra e sai de dinheiro atualmente? Ter o controle financeiro na ponta do lápis (ou da planilha ou do aplicativo) é essencial para tomar atitudes e encontrar uma harmonia financeira no lar. 

O importante é estabelecer uma rotina possível, com ações que caibam no seu cotidiano de uma maneira confortável. Procure fazer listas de compras antes de ir ao mercado, use o aplicativo bancário para organizar seus registros de custos, separe uma hora na semana para atualizar suas anotações. Entenda o que faz sentido no seu contexto e aplique.

7. Reduza todos os gastos possíveis

Somente com uma visão clara do destino real do seu dinheiro é possível, por exemplo, criar um plano estruturado de redução de gastos (principalmente os supérfluos). 

Você pode estar gastando muito com algo que não tem grande retorno para você ou que poderia utilizar gratuitamente, por exemplo. Nem sempre os registros financeiros trazem consigo más notícias. Muitas vezes, você vai apenas descobrir que poderia investir em outras coisas e assim, fazer seu dinheiro render mais.

Acredite, com uma boa organização é possível até juntar dinheiro, mesmo ganhando pouco.

8. Estabeleça metas e objetivos

Da mesma forma que a organização das finanças permite reduzir custos, também colabora para o estabelecimento de metas e objetivos. Afinal, todas nós temos algum sonho que envolve a questão financeira.

O mais importante aí é: desenhar uma jornada até o atingimento desse sonho. O que você precisa fazer até lá? Quanto precisa, de fato, economizar? O que precisa abrir mão pelo caminho? Como não esquecer seu sonho e mudar de rota?

Nem sempre são perguntas fáceis de responder, mas valem muito a pena! Procure deixar de lado toda e qualquer crença limitante sobre seus objetivos e busque encontrar formas concretas e realistas de conquistá-los. Se você sempre escutou, por exemplo, que uma mãe solo que ganha pouco nunca vai conquistar sua casa própria, faça para você mesma a pergunta: “o que me impede, de verdade, de ter isso?”. Muitas vezes, as limitações estão nos outros e não em nós mesmas.

9. Dívidas devem estar no topo das resoluções

Uma boa dica para aproximar você de seus sonhos é eliminar todas as barreiras possíveis pelo caminho. Assim, a jornada fica bem menos pesada. Uma dessas barreiras são as dívidas, nem sempre visíveis.

Segundo um mapa da inadimplência produzido pelo Serasa, em 2021, o perfil dos inadimplentes quase empata no quesito gênero: 50,1% são mulheres. Ainda assim, quando se fala em renegociação de dívidas, é justamente o público feminino que aparece à frente, com 53%. 

As principais dívidas existentes no país hoje estão relacionadas a bancos e cartões de crédito e serviços de utilidade. Por isso, vale muito estudar o seu orçamento e eliminar todas as dívidas possíveis, seja em negociações pontuais, seja eliminando o mal pela raiz. Aí valem todos aqueles conselhos que provavelmente você já ouviu antes: 

  • Nunca gaste mais do que você ganha
  • Não utilize cheque especial 
  • Não aceite aumentos de limites de cartão sem necessidade
  • Procure fazer mais compras à vista

10. Crie uma reserva de emergência

Na vida, não existe ciência exata. Na maternidade, então, nem se fala. Nunca podemos adivinhar quais gastos podem aparecer, mas mesmo assim, podemos nos antecipar para eles. Nunca é exagero pensar em um “colchão financeiro” para não ficar tão vulnerável a custos emergenciais.

Por isso, vale separar uma parte do que entra de dinheiro para esses momentos. Você pode separar em uma “caixinha” (conta bancária) ou mesmo em investimentos que permitam o resgate imediato (podendo retirar o valor investido a qualquer momento, sem prejuízos). A quantia? Isso realmente depende da sua situação atual. O ideal é guardar o que for possível e, aos poucos, se programar para economizar mais.

11. Não se cobre tanto: você está fazendo o seu melhor

Esse é o tipo de dica que vale mais do que qualquer outra: mãe, não se cobre tanto. Acredite, você está fazendo seu melhor!

Sim, sempre poderíamos fazer mais. Sempre há espaço para crescer e evoluir. Mas vale abrir mão de sua saúde mental para isso e ter um burnout materno? Vale se comparar com outras mães, que têm trajetórias, experiências e históricos diferentes do seu? Jamais!

Passo a passo, você vai descobrindo que cuidar das finanças não é um monstrinho. Que seu dinheiro pode ser seu aliado. Que seus objetivos podem estar mais perto do que você imagina. E que só você sabe quanto tempo e dedicação precisa para alcançar um cenário financeiro equilibrado.

Lembre-se: se olharmos historicamente, vamos perceber que a relação entre mulheres e finanças é muito recente. Ainda temos um longo caminho a percorrer em prol da equidade e, tudo bem, sejamos gentis com nós mesmas durante o caminho.

Tecnologias para mães: aplicativos e sites essenciais

Atualmente, uma das principais aliadas das mães é a tecnologia. São inúmeras opções de sites e aplicativos para apoiar na rotina quase sempre atribulada e cheias de coisas para resolver (e lembrar!). Que tal experimentar algumas opções e entender quais cabem no seu dia a dia?

Out of Milk: aplicativo perfeito para organizar a lista de compras. Com ele, é possível compartilhar sua lista com outras pessoas, criar um inventário dos itens que estão em sua despensa, utilizar a leitura de código de barras para registros e outras funções. 

Picniic: esse aplicativo é uma espécie de hub da família. Com ele, você consegue criar calendários compartilháveis, criar listas de pendências, armazenar arquivos e documentos, criar álbuns de fotos, criar listas de compras e criar lembretes de eventos. 

Cozi: este é outro ótimo aplicativo para organizar todas as rotinas da família, desde o compartilhamento de lista de compras a compromissos escolares, tarefas do lar, controle de gastos e muito mais.

Ficou pequeno: um site de desapegos infantis, para mamães venderem e comprarem itens usados e, assim, economizar uma boa grana com os pequenos (que crescem MUITO rápido!). Além de uma enorme ajuda no bolso, é uma excelente ação de sustentabilidade.

Happy Help:esse é um excelente aplicativo para estabelecer uma rede de apoio. Compartilhe suas habilidades e talentos, o quanto e quando puder. Toda a vez que você ajuda, ganha moedinhas que podem ser trocadas por outras ajudas. Diga adeus à vergonha de pedir ajuda!

Benditas Mães: ainda sobre redes de apoio, esta é outra excelente opção de aplicativo. Com ele, você pode se conectar com outras mães, compartilhar experiências, contratar serviços especializados e participar de um clube de benefícios exclusivos.

Mães fora da caixa: outra ótima sugestão de aplicativo para mães. Este é uma espécie de rede social materna. Além de artigos informativos, conta com grupos de discussão e materiais exclusivos produzidos por especialistas. Um excelente ambiente de troca e compartilhamento.

WeMoms: esse é um bom aplicativo para perguntar e responder a outras mamães. Trata-se de uma rede de troca de experiências e conhecimentos sobre os mais variados temas ligados à maternidade.

Grabr: esse é um aplicativo de compartilhamento de bagagens. Excelente para economizar na hora de fazer compras para os pequenos. Ele conecta viajantes pelo mundo, com compradores com interesse de comprar itens no exterior.

Mãe Estar: uma plataforma pensada para o bem-estar materno, que além de muito conteúdo informativo sobre saúde mental para mães, apoia em compras coletivas para presentear.

[Bônus] O que a maternidade ensina sobre as finanças?

Mesmo com tantos desafios da maternidade, é sempre importante ressaltar os inúmeros ensinamentos desse importante papel. Dizem que a maternidade transforma, e não poderia ser diferente na relação com as finanças. Ainda que seja complicado, muitas vezes, conciliar essas duas áreas da vida, é fundamental lembrar os aprendizados advindos da função de maternar.

  • Outras visões de mundo: ser mãe aguça uma visão holística sobre o mundo e o funcionamento das relações. Esse tipo de experiência costuma tirar algumas amarras, tabus, preconceitos e receios, em prol de um bem maior. É claro que isso reflete na relação com as finanças, à medida que incentiva um olhar atento sobre o tema, mas também outras formas de renda, economia e saúde financeira.
  • Confiança para escolher: ser mãe é exercitar a confiança todos os dias. Afinal, existem seres que dependem de você, da sua luta diária. Tudo isso capacita (e muito) nos momentos de tomar decisões. Nas questões financeiras, o perfil da confiança é essencial para definições de caminhos, prioridades, metas e objetivos. 
  • Coragem para arriscar: pode parecer exagero, mas coragem é o sobrenome de toda a mãe. Afinal, se ser mulher já é um desafio no mundo atual, ser mãe é um desafio duplo. Essa é uma característica muito bem-vinda na área das finanças e, inclusive, dos investimentos – onde a participação feminina vem ganhando forças e crescendo 118% no último ano.
  • Importância da organização e planejamento: é claro que não podemos esquecer do mais relevante. A vida de mãe pode ser caótica, mas mesmo assim, consegue ser organizada. Isso porque são tantas demandas cruzadas que mães conseguem arranjar tempo extra e se desdobrar em várias. Nem é preciso dizer o quanto as finanças também exigem organização e planejamento. Então, é tudo uma questão de encaixar na rotina, de forma leve e sem cobranças, sabendo que o melhor de cada mãe é ser ela mesma.

E então, se identificou com esse conteúdo? É mãe e entende do que falamos aqui? Conhece alguma mãe que esteja precisando desse conteúdo? Compartilhe e junte-se a essa grande rede de apoio. 💙

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